Percebi que eu tinha desaprendido a olhar, e olhando de novo, aprendi os vários mundos que habitam atrás de um rosto. Fechando os olhos, percebendo minha respiração, deixando que as memórias de dor ou alegria me atravessassem, redescobri o meu corpo, que chora, grita, fala, sente. A partir dessas redescobertas e descobertas, eu fui compreendendo melhor os outros corpos, as pessoas “dentro” e “fora” deles. Aprendi que assim como há uma beleza estética, que nos transporta e nos faz sentir aquela perplexidade diante das coisas, como uma criança, existe também uma beleza sutil e sagaz, em situações e momentos às vezes os mais imprevistos, como na dor, que nos desperta um encanto e nos instiga a querer saber, conhecer, reconhecer. *** Quando eu me deparei com esses mundos, colidi comigo, e a cada peça reencontrada descobri os universos que me compõem e tocam a minha própria (única) melodia... ("Escritos" 2015)
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